Partindo do pressuposto que na
sociedade grega a ágora era o lugar ontológico do cidadão. A compreensão de
cidadania para o grego consiste, justamente, naquele que participa das coisas
referentes à cidade. Ou seja, o homem grego tinha o direito de pedir a palavra
e de ser ouvido na ágora, seu compromisso com a pólis era fundamental para que
a cidade fosse administrada conforme os interesses dos cidadãos. A realidade hodierna
está fortemente marcada pelo individualismo, este que é conseqüência do sistema
econômico vigente. Ora, o papel do individuo na sociedade estabelece sentido
quando ele tem poder de compra, ou seja, o Mercado precisa de consumidores.
Estes que não perguntam, que não se envolvem com questões políticas da cidade.
Desse modo, o espaço que o grego tinha por excelência para exercer sua
cidadania, hoje é um espaço para afirmarmos que o mercado rege nossa decisão. Para Bauman, em sua obra “Em busca da política”,
o autor repensa a ágora como um lugar reciclado tornando-se parques temáticos,
favorecendo a apatia política e recusando a construção de novos espaços.
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